Peregrinação a Santiago de Compostela de bicicleta

10:15 da manhã - segunda-feira. O grupo estava reunido em S. Mamede Infesta para começar a aventura Porto - Santiago de Compostela pelo Caminho de Santiago em bicicleta. Fui neste grupo a convite do meu filho Fernando e seus amigos.
Uma viagem sem apoio de viatura e todos os nossos haveres foram transportados nos alforges das bicicletas.
Mapa do Caminho de Santiago
As etapas que fizemos:
  • Porto - Ponte de Lima
  • Ponte de Lima - Valença
  • Valença - Pontevedra
  • Pontevedra - Padrón
  • Padrón - Santiago de Compostela
Aos poucos paisagem deixa de ser urbana e passa essencialmente a rural.
Azenhas no rio Ave
Ponte de D. Zameiro (ponte gótica sobre o rio Ave)
Igreja Românica de Rates é um dos mais importantes monumentos românicos medievais, dada a relevância das formas arquitetónicas.
Interior da Igreja Românica de Rates
Barcelos, cuja história e o seu principal símbolo (o galo de Barcelos) estão intimamente ligados à história do Caminho de Santiago.
O carimbar da credencial de peregrino ao longo da viagem (em estalagem e igrejas) é essencial, para que em Santiago de Compostela se possa ter direito ao certificado da peregrinação.

 
A paisagem bucólica acompanhou-nos sempre.
 
A chegada a Ponte de Lima para pernoita. Esta primeira etapa foi para mim a mais dura. 90kms e 12 horas em cima da sela.
 
A segunda etapa (Ponte de lima Valença) é uma etapa muito complicada especialmente com a chuva que começou a cair abundantemente e com algum frio à mistura (apesar de estarmos em junho. 
Com os caminhos enlameados e com o peso traseiro dos alforges na bicicleta, a viagem tornou-se bastante penosa pelo que deixei o grupo e fiz o resto da viagem sozinho pela estrada nacional até Valença. Como cheguei sempre mais cedo que o resto do grupo, coube-me a mim providenciar hotel ou residencial para pernoita. Nunca ficamos nos albergues para peregrinos. Os peregrinos pedestres têm prioridade sobre os que vão de bicicleta e como tal, só aceitam peregrinos de bicicleta depois das 18h se houver vaga, o que nunca aconteceu.
As alminhas são uma constante ao longo das estradas da Galiza
Assim como as igrejas e cemitérios.
Apanhamos muito mau tempo. Muita chuva e frio. Com o esforço da pedalada o corta-vento acabava por ficar molhado por dentro e por fora.
Algures na Galiza. A chuva sempre presente


As "Rias Bajas"
A Ria de Vigo e os seus viveiros de mariscos.
Ria de Pontevedra
Pontevedra
Algures na Galiza
Algures na Galiza
Padrón
 
De Padrón a Santiago são 22kms e a última etapa. Fizemos juntos esta última etapa (sexta-feira) e ainda chegamos a Santiago de Compostela a tempo de tirar o certificado e almoçar na Restaurante casa Manolo.

Chegar a qualquer lado que nos propusemos é sempre acompanhado de uma sensação de euforia. A seguir vem o vazio. Euforia, porque conseguimos realizar aquilo que nos propusemos e vazio porque o nosso caminho acabou. E o caminho é que conta.

Independentemente das razões que levam cada um a fazer uma peregrinação, no final fica o caminho, o espírito de grupo e uma sensação de paz difícil de descrever e racionalizar.
Aconselho a todos, fazer uma peregrinação na vida e não tem que ser por motivos religiosos. Talvez encontrem aquilo que procuram.

Antonio Dulcídio

Artista plástico, pintor, fotógrafo, amante de viagens, blogger, vlogger e editor de livros. “As coisas boas da vida são feitas com arte”. Para os amantes de viagens que desejam se aventurar pelos cantos mais deslumbrantes do planeta.

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